Marechal Bitencourt

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Carlos Machado de Bittencourt

Carlos Machado de Bittencourt (Porto Alegre, 12 de abril de 1840 — Rio de Janeiro, 5 de novembro de 1897) foi um militar brasileiro.[1]

Vida

Filho do brigadeiro Jacinto Machado de Bittencourt e de Ana Maurícia da Silva Bittencourt.[2]

O seu neto, o advogado e aviador Mário Machado Bittencourt, combateu junto aos paulistas na Revolução Constitucionalista de 1932, tendo falecido naquele conflito durante missão de bombardeio ao cruzador Rio Grande do Sul, no litoral do Guarujá.[3]

Carreira

Ingressou no exército aos dezessete anos, matriculou-se na Escola Militar onde escolheu a cavalaria para seguir carreira.

Participou das principais batalhas da Guerra do Paraguai sob o comando de Osório e Andrade Neves. Destacou-se na Batalha de Tuiuti, onde foi ferido. Terminou a guerra no posto de capitão, promovido por atos de bravura.

Em 1873 recebeu a medalha geral do mérito militar, em 1874 o hábito de São Bento, em 1875, o grau de cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa.

Promovido ao posto de brigadeiro em 1890, era comandante das armas no Rio Grande do Sul. No mesmo ano, após a renúncia de Francisco da Silva Tavares ao governo do Rio Grande do Sul, Bittencourt assume interinamente, tornando-se governador por 10 dias. Promovido a marechal, em 1895, se tornou ministro da Guerra no governo de Prudente de Morais, cargo que exerceu de 17 de maio a 5 de novembro de 1897. [4]

Guerra de Canudos

Durante sua gestão de Ministro ocorreu a Guerra de Canudos. Devido às dificuldades enfrentadas pela Quarta Expedição contra os moradores do Arraial de Canudos liderados por Antônio Conselheiro, o Presidente da República delegou ao Ministro da Guerra plenos poderes para dar um desfecho final ao conflito. O Marechal Bittencourt embarcou para a Bahia em agosto de 1897, onde logo percebeu qual era a grande vulnerabilidade da expedição: uma estrutura de suprimentos inadequada.

Diante dessa situação tomou várias medidas: destituiu fornecedores, adquiriu produtos diretamente, organizou comboios, negociou preços, estabeleceu postos de suprimento etc. Menos de dois meses depois de sua chegada o exército foi vitorioso

Atentado e Morte

De volta ao Rio de Janeiro, em 5 de novembro de 1897, ao participar de uma cerimônia de recepção aos veteranos de Canudos, no Arsenal de Guerra (atual Museu Histórico Nacional) junto com Prudente de Morais, viu o presidente ser ameaçado por um anspeçada armado do 10° Batalhão, Marcellino Bispo de Mello, com uma garrucha, que não disparou. Interveio contra o assassino, retirando-lhe a arma, mas este reagiu com um punhal acertando-o diversas vezes. Gravemente ferido, faleceu logo depois.[5][5]

Atentado contra a vida do Presidente Prudente de Morais, que acabou vitimando o Mal. Bittencourt.

De inicio, o vice-presidente Manuel Vitorino, que possuía divergências politicas com Prudente de Morais, foi indiciado no inquérito sobre o atentado, acusado de envolvimento. Vitorino respondeu com um Manifesto em que proclamava inocência e seu nome não foi incluído no despacho final do processo, mas sua carreira política foi arruinada.[6] Marcellino, feito prisioneiro e encontrado enforcado na cadeia com um lençol, não foi mais do que mero instrumento de conspiração política. Embora sua morte tenha comprometido as investigações, foram apontados Capitão Deocleciano Martyr e José de Souza Velloso como mentores intelectuais do crime.

Por decreto de 5 de abril de 1940, "herói de guerra e mártir do dever, que sublimou as Virtudes Militares de Bravura e Coragem", Carlos Machado de Bittencourt foi consagrado como Patrono do Serviço de Intendência do Exército Brasileiro, em honra a seu espírito de organização que contribuiu para a vitória do Exército na guerra de Canudos.

Referências

  1. Comandantes do Exército Brasileiro Consultado em 16 de agosto de 2022
  2. Patrono do Exército Brasileiro Consultado em 16 de agosto de 2022
  3. Montenegro, Benedicto (1936). Cruzes Paulistas. São Paulo: Civilização brasileira. p. 373-374
  4. Patronos do Exército Brasileiro Consultado em 16 de agosto de 2022
  5. 5,0 5,1 Gonçales, Luis Alexandre Franco (2016) Crime no arsenal de guerra: o assassinato do Marechal Bittencourt em 1897. Rio de Janeiro: [s.n] 58 páginas. ISBN 978-85-919314-4-6
  6. Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil; Silvia Noronha Sarmento Dicionário da Elite Política Republicana (1889-1930), Verbete: Manuel Vitorino Fundação Getúlio Vargas. Consultado em 16 de agosto de 2022

Ligações Externas

Exército Brasileiro - Marechal Bittencourt - Patrono da arma de Intendência